Para iniciar...
O vídeo abaixo trata de uma forma bem interessante sobre como bons princípios podem ser passados de um para o outro. O mundo que podemos criar começa com nossas atitudes, sejam elas do tamanho que forem. Vale a pensa dar uma conferida:
INTRODUÇÃO
Nunca na história
da humanidade houve tantos ataques ao Meio Ambiente. Em confluência com essa
situação, nunca se debateu tanto sobre Meio Ambiente como nos últimos 20 anos.
Encontros como a Conferência de Estocolmo,
Eco 92 e Rio+20 ressaltam a relevância dada à temática ambiental no cenário
de debates ao redor do globo.
As atividades
praticadas pelo homem moderno são tão agressivas que provocam mudanças
ambientais em escala planetária, ficando evidente que o fator limitativo do desenvolvimento
do século XXI será o controle desmedido dos recursos naturais pelo ser humano.
Poluição do ar em Pequim
TÓPICO 1 – AFINAL, O QUE É EDUCAÇÃO AMBIENTAL?
Ao tratarmos a
questão ambiental de forma global, no qual a degradação do meio ambiente
encontra-se como resultado de um processo promovido pelo modo de como a
sociedade apropria-se dos recursos naturais, compreendemos que não é possível
compreender essa problemática de forma isolada. Nesse contexto, torna-se
emergente a introdução de uma nova abordagem que compreenda que a existência de
uma certa qualidade ambiental esteja diretamente condicionada ao processo de
desenvolvimento adotado pelos países.
Foi por volta dos
anos de 1970 que a preocupação com o Meio Ambiente veio finalmente à tona:
evidências científicas comprovavam que o ser humano estava utilizando os
recursos naturais rapidamente, além da contaminação que se alastrava pela
terra, água e ar.
POR FALAR NISSO...
Em
1968 ocorreu um dos primeiros eventos a tratar dos problemas do meio ambiente
global, chamado de Conferência da Biosfera, realizada em Paris. Esse encontro,
fruto do Programa Biológico Internacional teve como foco o estabelecimento de
um debate em torno de aspectos científicos de conservação da biosfera. Podemos
definir que o os anos 1960-1970 marcaram a passagem do ambientalismo emocional
para um ambientalismo mais voltado para a racionalidade, resultando em produtos
como o relatório titulado “Os Limites do Crescimento”, fruto dos debates do
Clube de Roma e que teve como foco empreender um estudo
analítico sobre os problemas da acelerada utilização dos recursos naturais no
mundo.
Silva
(2006) afirma que este relatório causou grande impacto ao mostrar que se se
mantivessem as tendências do momento em relação ao crescimento econômico e
populacional, assim como os ritmos da poluição e esgotamento dos recursos, nos
próximos 100 anos chegaríamos ao limite máximo suportável. Tal reflexão gerou
enorme impacto a nível mundial, pois o pensamento pregado antes desses estudos
era de que o meio ambiente encontrava-se divorciada da humanidade.
A partir dos
programas internacionais iniciados nos anos 1970, percebe-se a preocupação em
adequar a educação à crise ecológica. Dentre os documentos elaborados nesses
eventos, temos a Agenda 21, plano de ação para ser adotado global,
nacional e localmente, por organizações do sistema das Nações Unidas, governo e
pela sociedade civil, em todas as áreas em que a ação humana impacta o meio
ambiente. Esse plano apresentou como um dos principais desafios “Promover a educação para a sustentabilidade
através da disseminação e intercâmbio de informações e experiências por meio de
cursos, seminários, workshops e de material didático” (CNUMAD, 1992).
PARA SABER MAIS
Site
da ONU sobre a Agenda 21: http://www.un.org/esa/dsd/agenda21/
Site
do Programa Brasileiro da ONU para o Meio Ambiente, tratando da Agenda 21:
http://www.brasilpnuma.org.br/saibamais/agenda21.html
Símbolo das Agendas 21 elaboradas
em diversas partes do Brasil e do mundo
Com essa nova seara
de debates sobre o Meio ambiente, percebemos que essa temática passa a se
distanciar cada vez mais do aspecto conteudista da ecologia. Enrique Leff, no seu famoso livro “Epistemologia
Ambiental” (2006) vem nos lembrar que o ambiente não é ecologia, mas a
complexidade do mundo; é um saber sobre as formas de apropriação da natureza,
através das relações de poder que têm sido inscritas nas formas dominantes do
conhecimento.
Nesse sentido, a
Educação Ambiental surge sob três finalidades, frutos da Primeira Conferência sobre Educação Ambiental, em Tbilisi, Geórgia:
A partir dessas
finalidades, Dias (2003) apresenta as bases da Educação Ambiental que enfatizam
seu caráter interdisciplinar crítico, ético e transformador. Tais como:
a)
considerar o meio ambiente em sua totalidade, ou seja, em seus aspectos
naturais e criados pelo homem, tecnológicos e sociais (econômico, político,
técnico, histórico-cultural, moral e estético);
b)
constituir um processo contínuo e permanente, começando pelo grau pré-escolar e
continuando por todas as fases do ensino formal e não formal;
c)
aplicar um enfoque interdisciplinar, aproveitando o conteúdo específico de cada
disciplina, de maneira que se adquira uma perspectiva global e equilibrada;
d)
examinar as principais questões ambientais desde os pontos de vista local,
nacional, regional e internacional, de maneira que os educandos se compenetrem
com as condições ambientais de outras regiões geográficas;
e)
concentrar-se nas situações ambientais atuais, tendo em conta também a
perspectiva histórica.
A compreensão da Educação
Ambiental em rede
Sobre as cinco ações da Educação Ambiental, assista o vídeo abaixo:
1.1 PRINCÍPIOS
DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
CONSCIÊNCIA
Ajudar os grupos sociais e os indivíduos a adquirirem consciência do
meio ambiente global e ajudar-lhes a sensibilizarem-se por essas questões.
CONHECIMENTO
Ajudar os grupos sociais e o indivíduo a adquirirem diversidade de
experiências e compreensão fundamental do meio ambiente e dos problemas anexos.
COMPORTAMENTO
Ajudar os grupos sociais e os indivíduos a comprometerem-se com uma
série de valores e a sentirem interesse e preocupação pelo meio ambiente,
motivando-os de tal modo que possam
participar ativamente da melhoria e da proteção do meio ambiente.
HABILIDADES
Ajudar os grupos sociais e os indivíduos a adquirirem as habilidades
necessárias para determinar e resolver os problemas ambientais.
PARTICIPAÇÃO
Proporcionar os grupos sociais e aos indivíduos a possibilidade de
participarem ativamente das tarefas que têm por objetivo resolver problemas
ambientais.
SABER
O saber ambiental deve fazer parte de um processo educacional que
fomenta a capacidade de construção de conceitos pelos estudantes, a partir de
suas significações primárias. O fundamento teórico-dialético induz,
diretamente, a uma abordagem particular de construir uma teoria ambiental
mediante a concepção sistêmica, considerando o ambiente a concepção sistêmica,
considerando o ambiente estruturado por sistemas ambientais em constante
evolução (SILVA & RODRIGUEZ, 2009).
ÉTICA
A Ética Ambiental é concebida como o código moral da cultura
ambiental, que permite estabelecer os princípios dos comportamentos individuais
e sociais em relação à Natureza e seus diferentes ambientes. Eça propicia a
consolidação de uma racionalidade ambiental, prática e valorativa, que associa
justiça social, ambiental e territorial. A visão ética se destaca por promover
um processo político-social em cada comunidade, que é associado às
transformações técnicas e sociais que se sustentam na apropriação dos recursos
e da riqueza pelo desenvolvimento da propriedade comunitária sobre os meios de
produção (SILVA & RODRIGUEZ, 2009).
APRENDIZAGEM
Incluindo os eixos culturais de aprender a conhecer, aprender a
fazer, aprender a viver e aprender a ser (FERREIRA & LEITE, 2000).
COMPROMETIMENTO
Ser um formador de educandos comprometidos com o desenvolvimento
total da pessoa e de relações inter-pessoais, incorporando os diferentes níveis
da totalidade (FERREIRA & LEITE, 2000).
TRABALHO DE CAMPO
Incentivar o trabalho de campo para adquirir habilidades e hábitos,
bem como conviver com a realidade socioambiental (FERREIRA & LEITE, 2000).
LEITURA
COMPLEMENTAR
Publicação do Ministério da Educação sobre Educação Ambiental:
REFERÊNCIAS
DIAS, G. F. Educação ambiental: princípios e
práticas. São Paulo: Gaia, 2003.
FERREIRA, H. M.;
LEITE, M. C. Didática do ensino
superior. Fortaleza: EdUECE, 2000.
LEFF, E. Epistemologia ambiental. São Paulo:
Cortez, 2006.
RAMOS, Elisabeth
Christmann. A abordagem naturalista na
educação ambiental. Uma análise dos projetos ambientais de educação em
Curitiba. 2006. Tese (Doutorado em Ciências Humanas). Centro de Filosofia e
Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina, 2006.
ATIVIDADES
Portfólio
A partir das reflexões apresentadas na nossa aula, construa o seu conceito de Educação Ambiental, tendo como referência a sua ambiência escolar.
Observações:
- Essa atividade deverá ser postada até o dia 23 de Dezembro, na área privada de seu portfólio;
- Qualquer dúvida entre em contato com o seu tutor pela ferramenta MENSAGENS do Sistema Solar.
Chat
Nosso Chat terá como leitura norteadora o documento constante em nossa aula como Leitura Complementar. O link da publicação encontra-se novamente logo abaixo:
As datas e horários sugeridos para os Chats, após consulta aos alunos são:
- 12 de Dezembro de 2012, às 21h;
- 15 de Dezembro de 2012, às 10h;
- 16 de Dezembro de 2012, às 15h.
Solicito que informem no Fórum de DÚVIDAS E INFORMAÇÕES a data que participarão do Chat. Essa informação deverá ser repassada preferencialmente até o dia 10 de Dezembro de 2012.
Blog:
Não esqueçam de alimentar seus blogs, criados na AULA 1, com as análises e percepções dos novos conceitos e palavras-chaves debatidos em nossa aula.
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